O MINISTRO DA CASA CIVIL, ELISEU PADILHA, O SECRETARIO MOREIRA FRANCO, O EX-MINISTRO GEDDEL VIEIRA LIMA E ROMERO JUCÁ TAMBÉM SÃO MENCIONADAS.
Todos os citados têm negado qualquer irregularidade na relação com a Odebrecht.Delação da Odebrecht mostra que empreiteira destinou R$ 10 milhões para temer.Segundo relato de delator, o valor, entregue em dinheiro vivo, foi pedido pelo presidente em 2014.
De acordo com dados dos cartórios de imóveis alguns bens de Temer , supostamente adquiridos com dinheiro ilícito, foi investido em imóveis , na qual alguns já foram transferidos para o nome no filho caçula de Michel Temer com intuito de evitar bloqueios dos bens adquiridos ilicitamente.
Aos 7 anos de idade, completados em 2 de maio, Michel Miguel Elias Temer Lulia Filho, mais conhecido como Michelzinho, é proprietário de pelo menos dois imóveis cujos valores somados superam R$ 2 milhões. O pai, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 75 anos, presidente em exercício da República, passou para o nome do único herdeiro do seu casamento com Marcela Temer dois conjuntos comerciais que abrigam seu escritório político em São Paulo.
Localizados no Edifício Lugano, no Itaim-Bibi, zona sul da capital paulista, cada conjunto tem 196 m² e valor venal de R$ 1.024.802, segundo a Prefeitura de São Paulo – os dados são públicos e podem ser consultados na internet. O valor de mercado costuma ser de 20% a 40% mais alto do que o valor de referência usado pela Prefeitura para calcular o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Mesmo assim, na declaração de bens que Temer apresentou à Justiça Eleitoral em 2014, cada conjunto é avaliado em apenas R$ 190 mil. Isso é comum nas declarações de políticos.
Segundo Claudio Melo Filho trabalhou por doze anos como diretores de Relações Institucionais da Odebrecht e, hoje, se tornou delator do petrolão. A revista Veja teve acesso a 82 páginas em que Claudio conta como a empreiteira comprou, com propinas, integrantes dos poderes Executivo e Legislativo.
Ainda de acordo com a publicação, o relato atinge o presidente Michel Temer e cavalheiro de confiança Eliseu Padilha , que, pelos registros, teria pedido R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht em 2014. Tal valor, pago em dinheiro vivo, foi entregue ao chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e ao assessor especial do presidente, José Yunes, ambos de estrita confiança de Temer.
Para comprovar suas delações, Claudio apresentou e-mail, planilhas e extratos telefônicos.
O nome do presidente Michel Temer aparece 43 vezes no documento do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é mencionado 45 vezes, e Moreira Franco, secretário de Parceria e Investimentos do governo Temer, 35.O ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão recentemente, surge em 67 trechos.
O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), apontado como o "homem de frente" das negociações da empreiteira no Congresso, tem 103 menções no relato, um arquivo preliminar do que o ex-executivo vai dizer às autoridades da Lava Jato.
De acordo com Melo Filho, o presidente Temer atua de forma "indireta" na arrecadação financeira do PMDB, mas teve papel "relevante" em 2014, quando, segundo ele, pediu R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht para a campanha eleitoral durante jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014.
Segundo o delator, Temer incumbiu Padilha e Meirelles de operacionalizar pagamentos de campanha. O ministro, diz o ex-executivo, cuidou da distribuição de R$ 4 milhões daqueles R$ 10 milhões: "Foi ele o representante escolhido por Michel Temer -fato que demonstrava a confiança entre os dois-, que recebeu e endereçou os pagamentos realizados a pretexto de campanha solicitadas por Michel Temer. Este fato deixa claro seu peso político, principalmente quando observado pela ótica do valor do pagamento realizado, na ordem de R$ 4 milhões".
"Chegamos no Palácio do Jaburu e fomos recebidos por Eliseu Padilha. Como Michel Temer ainda não tinha chegado, ficamos conversando amenidades em uma sala à direita de quem entra na residência pela entrada principal. Acredito que esta sala é uma biblioteca", disse o delator, que conta detalhes do jantar.
"Após a chegada de Michel Temer, sentamos na varanda em cadeiras de couro preto, com estrutura de alumínio. No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o Vice-Presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões", diz.
"Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião. Inclusive, houve troca de e-mails nos quais Marcelo se referiu à ajuda definida no jantar, fazendo referência a Temer como 'MT'", ressalta o ex-executivo da Odebrecht.
Um dos endereços de entrega foi o escritório de advocacia de José Yunes, atual assessor especial da Presidência da República.
Segundo o delator, "o atual presidente da República também utilizava seus prepostos para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos que participei, operacionalizado via Eliseu Padilha".
O delator disse que foi apresentado a Temer por Geddel em agosto de 2005 na festa de aniversário de seu pai.
Ao se referir ao ministro Padilha, ele afirma que o hoje ministro "atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome", disse Melo Filho.
"Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos", afirmou.
A relação entre os quatro caciques peemedebistas é muito forte, segundo o delator, "o que confere peso aos pedidos formulados por eles (ministros), pois se sabe que o pleito solicitado em contrapartida (pela empresa) será atendido também por Michel Temer".
"Geddel Vieira Lima também possui influência dentro do grupo, interagindo com agentes privados para atender seus pleitos em troca de pagamentos", disse o delator.
Melo Filho afirmou que defendia "vigorosamente" as solicitações de pagamento feitas por Geddel junto à Odebrecht "como retribuição" pelo fato de o ex-ministro lhe aproximar das outras lideranças.
Sobre Jucá, ele declarou que um "exemplo" da força dele é "encontrado no fato de que o gabinete do Senador sempre foi concorrido e frequentado por agentes privados interessados na sua atuação estratégica".
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