sábado, 22 de dezembro de 2018

O-BOPEN CONTRA A LÓGICA DAS POLÍTICAS ECONÔMICAS DO SISTEMA NEOLIBERAL CAPITALISTA.

Digo há algum tempo e enfatizo: 


  • do ponto de vista programático, essas eleições são as mais significativas das últimas décadas. Pela primeira vez estão claramente explicitados dois modelos de governo: 
  • o neodesenvolvimentista e o neoliberal. 
Ambos têm suas virtudes e defeitos e propõem o pote de ouro da retomada do desenvolvimento no final do arco-íris. E essa divisão é quase tão antiga quanto o surgimento da economia.

O protagonismo na economia sempre foi disputado por dois setores: 


  • o financeiro e o da chamada economia real (comércio, indústria e serviços). A partir de determinado período, o trabalho também tornou-se protagonista, de certo modo aliando-se aos empresários da economia real.
As linhas econômicas, no fundo, representam esses interesses, o Sistema Neoliberal Capitalista é representando pela a alta finança; 

  • o desenvolvimentista representando a indústria.
Os neoliberais são fundamentalmente internacionalistas. Isto é, não estão ligados aos interesses nacionais. E, como tal, não enxergam problemas nacionais - como saúde, educação, inclusão social, industrialização - como prioridade.

Pensamento do Sistema Neoliberal Capitalista
  • Sua prioridade é o interesse do grande capital. A utopia que vendem é que, quanto melhor tratar o capital, mas ele ingressará no país, e, automaticamente trará o desenvolvimento.
Em alguns pontos o interesse do grande capital bate com o interesse do país, apenas do setor privado , tirando a agregação do capital ao estado,para atender as classes sociais mais pobres, o tornando fraco para ser usado apenas para o consumo de produtos dos grandes empresários em especial do ramo farmacêutico e armas , gerando assim um ciclo financeiro e não econômico solidário.

O sistema Neoliberal Capitalista toma o mercado e toma a política econômica nos dentes - como ocorreu no Brasil de FHC até 2002 e depois Lula (na crise de 2008) - todos os conflitos entre o interesse do capital e do país são arbitrados em favor do capital. O interesse nacional e dos cidadãos ficam em segundo plano.

ENFASE DO SISTEMA NEOLIBERAL CAPITALISTA



Entendendo o que é o negócio do grande capital fica mais claro quais seus interesses na política econômica:

  • 1. Emprestar a governos, através de compra de títulos públicos.
  • 2. Arbitragem de ativos: comprar na baixa e vender na alta. Vale para imóveis, empresas, ações ou moedas de países, cotações de commodities.
  • 3. Swaps de moedas: tomar empréstimos em determinada moeda e aplicar em outra, aproveitando o diferencial de juros.
  • 4. Reestruturação de empresas, através de processos de fusão, incorporação, aquisição ou investimentos em novos setores.

Em função dessa lógica, na política econômica, ao capital financeiro interessam apenas alguns aspectos seguidos à risca por seus representantes quando Ministros:
  • Mobilidade de capitais - é condição necessária para entrar rapidamente em mercados "baratos" e sair quando a bolha explode. 
Qualquer política prudencial recomendaria prazos mínimos de permanência desse capital gafanhoto. 
  • Na gestão neoliberal, é anátema, expondo o país à toda sorte de jogadas, como ocorreu em fins de 1998, 2002 e 2009. E, antes disso, no início da República até o país quebrar, em 1932.
Políticas de controle da inflação - toda a estratégia consiste em elevar os juros acima da inflação esperada (como é o caso da política de metas inflacionárias). Afeta o emprego, a produção, mas preserva-se o valor do capital.
  • Política cambial e de juros - interessa apenas a apreciação do real.Se um investidor trouxer US$ 100 milhões com o dólar a R$ 2,20 e o dólar for a R$ 1,80, só por conta da valorização do real ele sairá do país com US$ 122,2 milhões. Se aplicar a uma Selic de 12%, sairá com US$ 140 milhões. 
O SICLO VICIOSO DO SISTEMA NEOLIBERAL CAPITALISTA CONTRA O PROJETO DE ESQUERDA NACIONALISTA.

Se, pelo contrário, na saída o dólar estiver a R$ 2,50, só pelo efeito câmbio seu capital será reduzido para US$ 88 milhões. Esse negócio extremamente rentável fica comprometido quando a relação dívida/PIB torna-se muito alta; ou quando as contas externas se deterioram. 
Logo, a perpetuidade desse negócio depende de superávits fiscais robustos.

  • Superávit fiscal - Cada tostão aplicado em programas sociais tira espaço do capital financeiro para continuar ganhando com a dívida pública. É por aí que se dá a disputa. Daí porque programas como o Bolsa Família, Reuni, Prouni, crédito agrícola jamais serão prioritários em um governo neoliberal.
  • Bancos públicos - Um setor em crise de capitalização é barato. Basta o financista comprar a empresa ou parte dela, injetar capital para imediatamente haver um salto no seu valor. O mesmo vale para empresas que precisam se capitalizar para crescer. Ao prover capital para esses setores, o BNDES tira mercado e protagonismo dos fundos de investimento.
  • Política agrícola - o foco do mercado é a grande propriedade agrícola apta a receber financiamento em dólares ou investimento. O crédito agrícola é uma pedra no caminho por fortalecer a pequena e média propriedade, amenizando a concentração fundiária. 
Em todos os setores, o desenvolvimento se dá pelo fortalecimento das cadeias produtivas, as teias econômicas de pequenas e médias empresas em torno das maiores. Já a lógica do grande capital é o da concentração econômica, da criação de empresas globais.
  • Incorporação tecnológica - Ao país interessa agregar valor às commodities e às manufaturas, para gerar empregos mais qualificados e balança comercial mais robusta. 
Ao grande capital, não, porque como seu horizonte é o mundo, tanto faz se o processamento das commodities é feito aqui ou na China, desde que seja em empresas controladas por eles dentro do Sistema Neoliberal Capitalista.

RESUMO:

O Brasil é apenas uma província do sistema-mundo do capital global predominantemente financeirizado onde se disputa o reordenamento do sistema-mundo sob o comando do império neoliberal. Nesse momento, a adoção de uma perspectiva histórica tornou-se imprescindível, não apenas apreendendo, por exemplo, no plano da historicidade nacional, a miséria da política no Brasil, caracterizada historicamente pela pulsão golpista; 
  • mas também buscando entender, no plano histórico-mundial, o desenvolvimento da crise do capitalismo global e as mutações orgânicas do modo de desenvolvimento capitalista predominantemente financeirizado nos “trinta anos perversos” (1980-2010). 
Nesse período de trinta anos da história mundial, tivemos a débacle da URSS, a ascensão do capitalismo global, a dominância do neoliberalismo, a construção da União Europeia e, no alvorecer do século XXI, a crise da hegemonia imperial dos EUA por conta das ameaças ao poder do Dólar e, com a crise financeira de 2008/2009, as estratégias de recomposição geopolítica imperial no seio da mais profunda crise de civilização do capital desde 1929. 

A crise da hegemonia imperial dos EUA – verdadeira ameaça ao poder do Dólar – ocorreu na primeira década do século XXI com as fraturas geopolíticas da dominância do império neoliberal na América Latina, no Norte da África, no Oriente Médio e no Sudeste Asiático, tendo em vista a ascensão da China e da Rússia como protagonistas do novo imperialismo e a crise de hegemonia financeira devido o crack financeiro de 2008/2009.

Enfim, no palco da história sinistra do golpe de 2016 no Brasil operam, de modo intenso, interna e externamente, forças econômicas, político-ideológicas e geopolíticas ocultas 
  • – e algumas delas, nem tão ocultas assim – que coordenam os interesses estratégicos do Departamento de Estado norte-americano, o polo hegemônico do império neoliberal, com elementos (partidos, movimentos sociais, think tanks e meios de comunicação de massa) da oposição neoliberal, reacionária e oligárquica brasileira (a direita fisiológica e ideológica que ocupou com o afastamento de Dilma, o governo Temer).
A matilha de cães da direita oligárquica – neoliberal e reacionária – expressa sua sede em derrubar – não mais pelo voto, mas por um golpe de força jurídico-parlamentar – seus adversários políticos internos, apropriando-se, deste modo, dos recursos de administração da ordem burguesa caduca.

Na verdade, o que ocorre há anos no Brasil, pelo menos desde 2013, com a fratura da frente política do neodesenvolvimentismo, é uma disputa intraclasse da burguesia, com camadas e frações de classe disputando não apenas os recursos do Estado brasileiro, mas definindo projetos de desenvolvimento do capitalismo para o Brasil de acordo com as disputas geopolíticas que ocorrem no palco histórico do sistema-mundo do capitalismo global.

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