A Instituição escolar não pode abster-se do mundo da política, porque isso provocaria a impossibilidade total da cidadania e democracia.
Estas palavras e ações se aproximam. Os conhecimentos de política estão apoiados em um vocábulo grego, polis (cidade) e cidadania se fundamenta em uma expressão latina correspondente, civitatem. Os dois termos indicam que se reflita na atuação da vida em sociedade.
Quando falamos em cidadania , nós a enaltecemos como se fosse uma dimensão superior à política. Não devemos desmerecer a política, como se fosse pertencente a um campo menos expressivo e inferior à cidadania. Através da política é possível construir a cidadania e a democracia, na definição política do termo: bem comum, igualdade social e dignidade coletiva. E, nesse sentido a cidadania e a democracia se revigoram e se reinventam. Como afirma Boff: "o ser humano é um ser de participação, um ator social, um sujeito histórico e coletivo de construção de relações sociais o mais igualitárias, justas, livres e fraternas possíveis dentro de determinadas condições histórico-sociais".
O conhecimento social e o desenvolvimento político são dois aspectos que cada vez mais vem se desvendando como instrumentos de emancipação e autonomia do cidadão que deseja entender a sociedade e atuar como autor, construtor e reconstrutor de realidades.
Ao pensarmos a democracia unicamente como ideal de igualdade, acabamos por aniquilar a liberdade. Existe um grande perigo em conceber todos os indivíduos como iguais , pois excluiremos o direito democrático da diferença, a possibilidade de pensar de maneira diferente e de ser diferente
Ao falarmos em democracia na escola, devemos, ao mesmo tempo, reconhecer a diferença de papéis sociais e buscar aqueles aspectos em que todos os membros da comunidade escolar têm os mesmos direitos. Dentro da Instituição Escola, o respeito à hierarquia, o trato com urbanidade aos colegas , configuram a igualdade de direitos, que por sua vez consideram a cidadania.
A educação para a cidadania é componente fundamental da democracia. A Instituição escolar deve contemplar em seu projeto educacional, a vontade, a intenção de ser escola que trabalhe os ideais da cidadania. Portanto, ações isoladas, de uma ou outra área (ou grupo), talvez não tenham força de mobilização para iniciar, realizar e dar autonomia ao projeto de uma escola cidadã.
- É preciso que a cidadania do outro seja preocupação de cada um. A cidadania é pessoal, intransferível, ninguém terá mais se o outro tiver menos.
Necessitamos , todos nós, ter consciência do que realmente significa no exercício a cidadania.
Cidadania é a coragem de compartilhar dos esforços em instituir uma sociedade livre, justa e solidária como trata a Constituição Federal.
RESUMO:
O estudo sobre “ democracia e cidadania na educação escolar”
origina-se do projeto de pesquisa “educação política:
- educação para a cidadania em escolas de ensino fundamental” e do projeto de Extensão “educação para a cidadania”, desenvolvido através do programa PIBIC e PEAP da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Erechim(RS).
Objetiva, neste momento, expor nossas inquietações e estudo
reflexivo de maneira sistemática, visando contribuir para a ampliação do processo de construção da cidadania em todos os níveis e modalidades da educação
brasileira. Especificamente, pretendemos refletir sobre alguns pressupostos
teóricos em que acreditamos e que consideramos necessários aos trabalhos
que envolvem democracia e cidadania.
Além disso, buscamos contextualizar
esses pressupostos com as realidades apresentadas, a fim de propor algumas
práticas pedagógicas possíveis ao exercício da democracia e da cidadania.
Para tanto, organizamos nosso estudo e reflexões em três eixos: no primeiro
eixo, procuramos destacar os pressupostos teóricos de uma educação voltada
à democracia e à cidadania na perspectiva crítica.
Já no segundo eixo, tentaremos realizar nossa leitura e interpretação de algumas realidades, tendo em
vista o estudo que vimos realizando. Finalmente, apresentamos propostas de
algumas práticas teóricas possíveis e realizadas no período DA CRISE ECONOMICA de agosto de 2008
até o presente momento.
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